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Congresso Nacional

Gigantes dentro e fora do Brasil: manifestações do dia 21 e Lula na ONU no dia 23 de setembro de 2025 ecoaram defesa da democracia.

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Enquanto as ruas do país mostraram seu vigor democrático no dia 21 de setembro de 2025, o presidente Lula, no dia 23, ergueu a voz na ONU para alertar o mundo sobre as ameaças aos direitos soberanos dos povos.

A semana de setembro que marca o início da primavera no Hemisfério Sul ficará registrada na história recente do Brasil como um momento de definição de rumos. Dois eventos, separados por um oceano e 48 horas, desenharam um paralelo eloquente entre a força da democracia brasileira e sua projeção como voz soberana no mundo. No domingo, dia 21, milhões de brasileiros foram às ruas em todas as capitais em uma das maiores manifestações políticas já vistas no país, em defesa do Estado Democrático de Direito. Nesta terça-feira, 23, no púlpito máximo da governança global, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) traduziu aquele sentimento para a arena internacional com um discurso histórico na 80ª Assembleia Geral da ONU, sendo ovacionado como um dos principais atores da democracia mundial.

Perante os líderes mundiais, Lula foi direto ao ponto: “Os ideais que inspiraram seus fundadores em São Francisco estão ameaçados, como nunca estiveram em toda a sua história”. Ele pintou um quadro sombrio do cenário global, onde “atentados à soberania, sanções arbitrárias e intervenções unilaterais estão se tornando a regra”.

O presidente traçou um “evidente paralelo entre a crise do multilateralismo e o enfraquecimento da democracia”, citando que “forças antidemocráticas tentam subjugar as instituições e sufocar as liberdades” em todo o mundo. “Mesmo sob ataque sem precedentes, o Brasil optou por resistir e defender sua democracia, reconquistada há quarenta anos pelo seu povo”, declarou Lula, em clara referência aos ataques sofridos pelas instituições. Sem citar nomes, ele condenou veementemente as “medidas unilaterais e arbitrárias contra nossas instituições e nossa economia” e a “agressão contra a independência do Poder Judiciário”, atribuindo-as a uma “extrema direita subserviente” e a “falsos patriotas”.

 

A resposta brasileira a essas ameaças, segundo o presidente, foi dada de forma inequívoca: “Há poucos dias, e pela primeira vez em 525 anos de nossa história, um ex-chefe de Estado foi condenado por atentar contra o Estado Democrático de Direito”. A fala, que ecoou fortemente no plenário, foi uma referência à recente condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Lula enfatizou que o processo foi conduzido com rigor legal e amplo direito de defesa, “prerrogativa que as ditaduras negam às suas vítimas”. A mensagem foi clara: “Nosso Brasil deu um recado a todos os candidatos a autocratas: nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis”.

Para além da defesa, Lula apresentou uma agenda propositiva. Anunciou com orgulho que o Brasil “saiu do Mapa da Fome em 2025” e defendeu sua “Aliança Global contra a Fome e a Pobreza”, já endossada por 103 países. Ele também cobrou da comunidade internacional a redução de gastos com guerras, o alívio da dívida de países pobres e que “os super-ricos paguem mais impostos que os trabalhadores”.

O presidente ainda abordou temas sensíveis como a regulação digital – citando a lei brasileira de proteção a crianças online como “uma das mais avançadas do mundo” – e condenou com veemência o “genocídio em curso em Gaza”, afirmando que “nada, absolutamente nada, justifica” a ação israelense.

A passagem de Lula pela ONU em 2025 solidificou sua imagem como um dos principais estadistas democráticos do mundo. A fusão entre o apoio popular explícito nas ruas e a coragem de confrontar as grandes potências em temas espinhosos projetou o Brasil ao centro do debate multilateral. Como ele mesmo encerrou, “a confrontação não é inevitável”. A alternativa, demonstrada pelo Brasil nesta semana histórica, é a força de uma democracia vibrante e a coragem de uma nação que não aceita tutela. Hoje, o mundo ouviu não apenas um presidente, mas o eco de um povo que escolheu ser soberano.

 

Rubia de Souza Armini.

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