Setor que gera mais de 100 mil empregos e movimenta R$ 5 bilhões busca políticas específicas para crescer. A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados realizou, nesta terça-feira (23), uma audiência pública para discutir os desafios e oportunidades do setor vitivinícola no Brasil.

Afonso Hamm (PP-RS)

Rafael Simoes (União-MG)
O evento foi solicitado pelos deputados Rafael Simoes (União-MG) e Afonso Hamm (PP-RS), que destacaram a importância da cadeia produtiva do vinho para o agronegócio nacional. Segundo os parlamentares, a vitivinicultura é uma das cadeias mais tradicionais, com forte presença na agricultura familiar e um papel relevante na geração de emprego, renda e desenvolvimento regional, especialmente no Sul do país.
Na requisição da audiência, os deputados listaram as principais dificuldades enfrentadas pelos produtores:
* Falta de políticas específicas para o setor.
* Acesso limitado a mercados.
* Exigências regulatórias consideradas desproporcionais.
* Alta carga tributária.
* Ausência de incentivos à comercialização.
Como contraponto às dificuldades, os deputados apontam oportunidades, como a valorização do produto nacional e a construção de uma política pública integrada de apoio à vitivinicultura.
O potencial de crescimento do setor foi reforçado por Ricardo Capelli, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), um dos convidados para a audiência. Em declaração, Capelli classificou o debate como “muito importante” e elogiou a iniciativa dos deputados.
“É um setor que está crescendo muito, gera mais de cem mil empregos no Brasil, movimenta mais de R$ 5 bilhões na economia brasileira, com mais de 70 mil agricultores e mais de mil vinícolas no país. É um setor que cresce, se desenvolve e precisa de um olhar especial do Congresso Nacional e do governo brasileiro”, afirmou Capelli.
O presidente da ABDI anunciou ainda uma iniciativa concreta de apoio à vitivinicultura: a criação do primeiro laboratório de análise e certificação de vinhos de toda a região Centro-Oeste.
“Hoje só tem laboratório no Rio Grande do Sul, o que encarece a análise e a produção. Por isso, estamos com essa iniciativa, que inaugura agora em dezembro, no Distrito Federal, para atender a produção do Centro-Oeste, Minas Gerais e a região central do Brasil”, explicou Capelli. A medida deve agilizar processos e reduzir custos para produtores de novas regiões vinícolas do país.
A audiência pública reuniu representantes do governo, entidades do setor e especialistas para construir caminhos que ajudem a superar os obstáculos e a aproveitar as oportunidades do vinho brasileiro.
Rubia de Souza Armini.